quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Esforço cobrado

Ela está ausente, trabalhando incansavelmente no desperdício. Seu valioso esforço é quase sempre descartado pela cobrança. Ela vive em um jogo de executar e deletar, suar e chorar. Quase não há comemoração, suas conquistas precisam sempre de ótimos elogios. Ela é como um muro de papel, que se acostumou a se amassar pela insegurança. Exigências que precisam morrer, uma garota que precisa respirar.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ritual

Quando se encontram, os gestos contidos predominam por alguns instantes. Parecem recém enamorados, querendo se conhecer. Envergonhados, agem como desvendadores cautelosos, iniciantes e desajeitados. Não importa quantas vezes, a cada encontro, o mesmo ritual. Talvez seja a essência de dois eternamente apaixonados.

Improvisando

Ficamos no ritmo do improviso na madrugada. Enquanto nossas bocas colavam, nossas mãos escorregavam. Um corpo sentindo o outro, navegando entre as curvas, entrelaçando-se entre as roupas. O prazer estava ali, em sua plenitude, como jamais havia chegado. Se pudesse, congelaria o tempo naquele instante.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Sublimação

Nem toda a poesia do mundo pode comparar a sublime forma de onde vem minha inspiração e meu deleite. Sempre a alimentar meus luxuriosos e inevitáveis desejos. Se um dia inspirou medo e vergonha, agora convida-me à segurança e, sem exagero, ensina-me o verdadeiro prazer. De um jeito vagaroso e intenso, com seus olhos fixos na paixão do momento. Calafrios envolvem meu corpo ao lembrar do êxtase proporcionado. Saboreio a tradução de tal sentimento sabendo que tornará a se repetir, como um ciclo viciante e arrebatador que não deve nunca parar.